Percebe-se uma irritação cada vez maior dos cidadãos em relação à qualidade dos serviços prestados, por qualquer órgão público.
Geralmente, os motivos giram em torno da ausência ou mesmo da total falta de qualidade dos serviços, em comparação com a alta quantidade de impostos pagos (quer queiramos ou não).
Em artigo, o também funcionário público Astolfo Pontes Negreira pontua a indignação com o funcionalismo: “Você está procurando um emprego? Quer ganhar um salário várias vezes maior do que aquilo que você realmente vale? Quer ter a liberdade de chegar e sair quando quiser, trabalhar somente quando estiver a fim, esticar a seu bel-prazer o horário de almoço, ter todos os seus feriados remunerados e até doze semanas de férias, também remuneradas, por ano? Há somente uma alternativa: trabalhar para o governo”.
De fato, sobra até para os numerosos bons funcionários, que desaparecem em meio a uma série de escândalos. Afinal, quem nunca sentiu-se lesado:
– Quando nos deparamos com funcionários despreparados e desinteressados, sem nenhuma motivação
– Quando vemos falhas absurdas no atendimento
– Quando cansamos de cair em buracos, devido a obras mal feias de pavimentação
– Quando nos irritamos cada vez que passamos ao lado de uma obra esquecida
Afinal de contas, o que há por trás disso tudo?
Pessoas. De todos os tipos, formações e escalas de poder. E Sistemas de Gestão. Assim como em qualquer empresa.
Mas por que o serviço público reúne as piores avaliações, por mais que ainda existam funcionários que queiram fazer o melhor, mas simplesmente ficam amarrados?
Porém, nem todo serviço público é mal avaliado. Vejamos o maior caso de sucesso em nosso país, para tirarmos boas lições.
Criado em 1996, o Poupatempo foi um claro esforço de aproximar o Estado do cidadão, reunindo mais de 270 serviços públicos em um só lugar. Entre os órgãos mais procurados, estão o Instituto de Identificação, com 30 milhões de Carteiras de Identidades emitidas; o Detran, com 13 milhões de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) entregues e aproximadamente 14 milhões de Licenciamentos de veículos realizados. E tudo isso com um grau de aprovação de mais 95% de aprovação dos usuários.
Desde sua criação, o Poupatempo foi concebido como um novo modelo de atendimento ao cidadão, que oferecesse serviços públicos com eficiência, qualidade, rapidez e sem privilégios. Repetindo: COM EFICIÊNCIA, QUALIDADE, RAPIDEZ E SEM PRIVILÉGIOS.
Trouxe para o setor público práticas antes utilizadas apenas em empresas, mas que asseguraram na realidade o direito aos cidadãos estabelecidos na constituição, como o direito aos serviços públicos de qualidade, ao acesso a informações e a participação no órgão público.
De fato, um órgão que reúne tais qualidades melhora a qualidade de vida das pessoas, valorizando a cidadania e até mesmo legitimando governantes.
E você, ainda tem esperança na melhoria da qualidade dos serviços públicos em sua cidade?
Que nota você daria para os serviços e obras prestados pelos órgãos públicos?