Recupere sua auto-estima e liberdade – o poder do “não”!

por | abr 5, 2019 | desenvolvimento pessoal | 0 Comentários

Recupere sua auto-estima e liberdade – o poder do “não”!


Quantos favores você já fez hoje? Você é reconhecido como uma pessoa gentil, até mesmo “boazinha”? O famoso “cara legal”? Talvez sim. Até aí, tudo bem. Afinal é muito bom ser prestativo e realmente ajudar às outras pessoas. Mas vale a pena também parar e analisar se você tem um dos sintomas abaixo:

  • Fadiga incessante
  • Insônia
  • Dor de cabeça, no estômago, articulações
  • Choro fácil
  • Apatia emocional (não consegue sentir mais nada)

Ao mesmo tempo, pode parecer que você não tem mais tanta liberdade, autonomia, equilíbrio, além de não sentir-se uma pessoa genuína e autêntica. Se identificou de alguma maneira? Então acredito que esse artigo possa ser útil pra você.

Eu amo ser um cara legal, mas….

Praticamente todo ser humano tem 3 desejos em suas relações:

  • ser aceito
  • ser respeitado
  • ser reconhecido

Em maior ou menor grau, cada um de nós tem essas necessidades, que são absolutamente normais. Pode ser na família, na escola, no trabalho, no bairro. Porém, ao tentar satisfazer essas necessidades, podemos cair numa armadilha terrível, resultando em graves problemas emocionais como stress, ansiedade, angústia, além dos mencionados acima.

A necessidade de aceitação, respeito e reconhecimento pode nos levar a ter um comportamento extremamente perigoso: o de não saber dizer “não”. Pode ser em todas relações, ou só com algumas pessoas. Mas aceitar todo e qualquer pedido, anulando-se constantemente, é um dos grandes problemas dos brasileiros.

Te encostaram na parede. E aí?

Imagine as seguintes cenas:

1 – Um colega de trabalho liga pra você, em pleno final de semana, implorando uma ajuda urgente em uma tarefa atrasada, para segunda-feira. Ele explica que só você pode ajudá-lo, porque não conseguiria pedir aquilo para mais ninguém. Detalhe: seu colega está viajando, com amigos, na praia.

2 – Um parente vai à sua casa sem avisar e faz um pedido – precisa de cerca de 5 mil reais, pra ontem. Sem deixar você respirar, explica que já foi ao banco e que não conseguiu o empréstimo (está com o nome bastante sujo) para fazer a viagem dos sonhos com a esposa. E como ele sempre te considerou uma pessoa boa, resolveu te procurar.

O que você achou destes pedidos? São corretos? Ou são de pessoas “folgadas” ou “sem noção”? Quais seriam suas respostas?

1 – Faria o trabalho do colega, mesmo que isso significasse abrir mão de seu descanso merecido?

2 – Mesmo que não tivesse o dinheiro, correria atrás (até mesmo fazendo um empréstimo pessoal) para ajudar o parente sem crédito no mercado?

Eu disse “sim”, como sempre. E me senti péssimo depois.

Se já passou por qualquer cenário parecido e disse sim, provavelmente o gosto foi amargo. Fazer algo contra à sua própria vontade, pressionado, apenas por sentir medo ou angústia, é terrível. Mas pelo menos você não correu o risco absurdo de ser visto como alguém egoísta, ruim, que não está nem aí com as necessidades de pessoas que te consideram tanto. Será?

Vale a pena lembrar de um fato: é simplesmente impossível agradar, corresponder e atender às expectativas das pessoas, o tempo todo. Se temos uma verdadeira obsessão em ser o famoso “bonzinho”, “gente boa”, solícito, gentil, podemos estar com uma grave crise de auto estima e muito medo de sermos rejeitados.

Eu disse “não”. E gostei.

Mas será que dá pra mudar este comportamento, de maneira efetiva? Dá trabalho, mas é possível. Como resultado, imagine que você consiga:

  • ter relações mais verdadeiras e genuínas.
  • ter tempo pra você mesmo
  • reconquistar sua liberdade e autoestima
  • conseguir estabelecer limites firmes aos folgados que vivem lhe pedindo favores, sugando seu tempo, energia ou recursos, sem remorso

É bom demais pra ser verdade? Dependendo da sua situação pode parecer, mas é possível alcançar isso, praticando uma antiga arte, esquecida pela maioria de nós: saber dizer “não”.

Definindo o “não” e seus efeitos

Sim, isso pode dar calafrios em você. Mas o “não” tem um poder simplesmente extraordinário para conseguirmos alcançar uma vida mais satisfatória e equilibrada. Porém, é fundamental definir o que dizer “não” significa:

1 – Dizer “não”, não significa maltratar a outra pessoa

Quando dizemos não a um pedido (absurdo ou corriqueiro), simplesmente estamos informando à outra pessoa que não poderemos atendê-la, naquela tarefa, naquele momento. Não é nada pessoal. E com certeza, você também não está rejeitando a outra pessoa. Apenas está negando ceder seu tempo, dinheiro ou energia para ela, momentaneamente.

2 – Dizer “não”, não significa ser egoísta, ou uma pessoa ruim

Quando dizemos “sim” para ajudar uma pessoa folgada, nos anulando, acabamos também tirando a chance dela se desenvolver pessoalmente. Afinal, é muito provável que ela poderia realizar aquela tarefa se tivesse se organizado melhor, ou acima de tudo, se esforçado para aprender como resolver o problema sozinha. Ou seja, nosso “sim” acaba prejudicando o aprendizado e autonomia do outro.

Vale a pena o risco?

Todos nós temos 3 recursos escassos: tempo, dinheiro e energia. Cada vez que utilizamos esses recursos para outras pessoas folgadas, dizendo “sim”, acabamos dizendo “não” para nossas necessidades. Além de tudo, o “favor” provavelmente não será feito de maneira genuína (sim, você estará contrariado e provavelmente não se entregará de corpo e alma àquela tarefa), com um sorriso no rosto. Isso faz mal, sugando nossas reservas emocionais.

Ao receber um pedido de favor, é fundamental fazer as seguintes reflexões:

  • Por que esta pessoa fez este pedido, neste momento, exatamente para mim?
  • Se eu for ajudá-la, é realmente porque eu QUERO e POSSO, ou porque simplesmente estou preocupado com a sua reação?
  • Ao dizer “sim”, será que estou apenas querendo acabar com o stress, ansiedade e angústia que o pedido causou em mim?

Correr o risco de desagradar uma pessoa folgada nos faz recuperar a auto-estima e liberdade rapidamente. Pode causar um desconforto momentâneo, mas evitará uma série de problemas físicos e emocionais, além de nos dar a capacidade de realizar favores e ajudar a nós mesmos e a quem amamos, de maneira plena, felizes.

Mas como podemos dizer “não” sem magoar a outra pessoa, com firmeza e elegância? Este assunto será abordado no próximo artigo, que trará 10 dicas objetivas em como fazer isso, além de um exemplo prático.

E você, já se sentiu explorado ou esgotado por ser o “cara legal”?